SOME DAYS ARE BIGGER THAN OTHERS

Volto em breve...
















segunda-feira, 31 de agosto de 2009

What's next?

Depois do sopro, da sombra e do deserto, fico-me pelo Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez. Sugestões para o próximo livro?

Elogio ao amor puro

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

O que quero é fazer o elogio do amor puro.

Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".

O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.

Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.

Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.

O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado,viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra."

Miguel Esteves Cardoso

A cidade está deserta e alguém escreveu o teu nome em toda a parte

Caramba, estou farta de ver a palavra amor espalhada por todo o lado. Só por isso, o próximo post é um "elogio ao amor puro".

Hoje, o dia é só teu

Torna-o inesquecível.
Partilha com quem te dá sorrisos.
Comete loucuras.
Ri sem parar.
Acorda tarde. Deita-te ainda mais tarde.
Faz o que quiseres.
Porque afinal de contas, hoje é o teu dia. E mais nada importa.
Sê admiravelmente feliz!

Parabéns, my special friend :)

domingo, 30 de agosto de 2009

Possivelmente, O livro do meu Verão


Numa noite perdida de Julho, a ausência de sono incentivou-me a pernoitar no chat do Gmail por longas e avançadas horas. O meu gosto descomedido pela conversa não respeita horários nem obrigações, e devendo eu ficar chateada com tal vontade própria não consigo resistir aos momentos de descontracção, sorrisos e lágrimas que ele me proporciona. A descoberta de temas olvidados, a partilha de perspectivas ou a discussão de opiniões prendem-me invariavelmente ao ecrã.

Nessa noite perdida de Julho, falámos de livros. Tu, mais culto e detentor de uma lista invejável de obras lidas, descreveste-me a Sombra do Vento - livro que ocupa um dos lugares cimeiros do teu top pessoal - somente como "D-E-L-I-C-I-O-S-O". Agradeci a sugestão sem estar convicta da monstruosidade do livro. Como te cheguei a comentar mais tarde, o raio do livro está invejavelmente bem escrito! A história imponente e escrita daquele modo primoroso chega a cativar, bem como os protagonistas que despontam em nós admiração ou ódio com a sua personalidade tão única, peculiar e carismática. E depois há Barcelona. Oh Barcelona! Cidade que eu ainda não conheço, mas que adoraria visitar muito em breve. No fim de tudo impõe-se que se pense na misticidade dos livros que nos passam pelas mãos.

Por tudo isto, percam o tempo que for necessário mas leiam A Sombra do Vento. Fiquei rendida!

O silêncio

"A maior parte do tempo, porém, o que nós partilhávamos era o silêncio. E isso eu aprendi contigo, porque não sabia. Para mim, o silêncio era sinal de distância, de mal-estar, de desentendimento. Ao princípio, quando ficávamos calados muito tempo, eu sentia-me inquieta, desconfortável, e começava a falar só para afastar esse anjo mau que estava a passar entre nós.

Um dia tu disseste-me:

- Cláudia, não precisas de falar só porque vamos calados. A coisa mais difícil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas é o silêncio."

No teu deserto, Miguel Sousa Tavares

sábado, 29 de agosto de 2009

Sueño

... abrázame esta noche.

sábado, 22 de agosto de 2009

Love


Avô e bisneta...

Talvez um dia

A alma está cansada. Não me apetece escrever...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Tens dois minutos?

"Anda cá. Tens dois minutos? Ou fazem-te falta?
Sabes o que faz realmente falta?
Mais loucura. Mais malucos.
Não os "grandes malucos" mas os verdadeiros e as verdadeiras.
Aqueles que perdem tempo para falar com os pombos;
que vêem quadros onde os outros só vêem paredes;
os aventureiros e as aventureiras
que acreditam, ainda, haver qualquer coisa no fim do arco-íris.
O verdadeiro poder é tu decidires o mundo à tua volta;
questionar o estabelecido, as certezas e os costumes,
para acreditar que tudo pode ser diferente.
É preciso mais absurdo, mais ideias insensatas.
Cinco bailarinas a jogar à bola de tutu cor de rosa.
Passeios cobertos com relva e flores.
Ou, muito simplesmente,
trepar uma árvore quando te apetece.
Tu é que mandas.
Se gostas de música pirosa, gostas e pronto.
Queres cantar alto no meio da rua, deixa-te ir.
Se preferes não dar muito nas vistas, anda nas calmas.
É preciso rirmos e dançarmos
e darmos abraços e beijinhos.
O importante é levarmos tudo mais a brincar,
até as coisas sérias."

Lembrei-me deste texto não sei bem porquê. Talvez estejam a faltar pequenos momentos de insanidade mental aos meus dias de Verão. By the way, obrigada Saves. Fui buscar o texto ao teu wallpaper.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Smile, sing and dance!



I'm fine,
but I hear those voices at night,
sometime...

The star maker says, "It ain't so bad"
The dream maker's gonna make you mad;
The spaceman says, "Everybody look down!
Its all in your mind!"


Um daqueles momentos únicos...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Uma semana atípica

Segunda, 03 de Agosto

A semana chegou com um número novo no telemóvel. Como não aprecio conversas telefónicas, exceptuando quando eu tenho confiança com a pessoa em questão e aí posso passar horas (sim, horas!) a falar de tudo e de nada, decidi não retribuir a chamada. O dia foi passando e estando já eu na praia com a família o telemóvel voltou a tocar. Do outro lado, ouço uma voz conhecida e bem-disposta. Era uma colega de curso que me telefonara para saber se estava interessada num possível estágio numa agência de comunicação. Apesar das férias estarem a saber a cerejas bem doces e maduras, o mais sensato era acabar com este estado de letargia. Respondi que sim, sem pensar muito no assunto. Também, o que haveria para pensar? Estavam a precisar de uma estagiária, a área onde poderia trabalhar era interessante e ela iria recomendar-me. Portanto, "sim"! Bastaram vinte minutos para voltar a ser contactada. Desta vez, era a agência de comunicação que pretendia saber qual o dia e a hora a que nos encontraríamos. Decisão final: Quarta-feira, 5 de Agosto, 18 horas.

Terça, 04 de Agosto

Dia de fazer a mala e rumar até Lisboa. Antes, ainda dá para espreitar o e-mail e verificar que estou a ser seguida em diferentes plataformas por uma pessoa da referida agência de comunicação. Nervos, muitos nervos..

Quarta, 05 de Agosto

A pedido da entrevistadora, apareci mais cedo do que a hora planeada. O estômago estava apertado, mas não o suficiente para estragar o bom humor. Pude ainda contar com o apoio de um amigo que me acompanhou e me deu muita força, o que fez com que toda a ansiedade e inquietação desaparecessem aos poucos. 1h40 depois, estava cá fora. A entrevista correu bem, a conversa foi agradável e para a semana já há novidades. Acabada a visita de médico, é hora de voltar a casa. Nada melhor do que apanhar o autocarro da 00h30 para chegar às seis da manhã. O que não se faz pela família...

Quinta, 06 de Agosto

Os pais, primos e tios combinaram ir à feira medieval que está a decorrer em Santa Maria da Feira. Eu, cheia de sono, não disse que não. Toca a acordar, tomar banho, almoçar e seguir viagem. Qual é o mal de fazer mais umas centenas de kms? Até parece que eu acabei de chegar de um lugar com 400 kms de distância da minha casa.

Sexta, 07 de Agosto

São as festas do concelho e eu ainda estou na net a escrever este post. Agora que já vos dei um esboço da minha semana, vou arranjar-me e sair para tomar um café. Só tenho pena de não haver nada disto por estes lados...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Pensamento para hoje

Ou se acredita ou não se acredita.

Obrigada pelo conselho, mana.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

I'm watching you

Dia após dia somos julgados por aqueles que passam por nós, mas há momentos em que a avaliação de carácter, personalidade, comportamentos ou outra coisa qualquer nos deixa mais apreensivos. Estou nervosa e sei que este sentimento só passará amanhã. Quinta, dar-vos-ei notícias. Até lá!

domingo, 2 de agosto de 2009

Rain

Bem sei que estamos no Verão - época do sol e do calor - embora haja manhãs em que acordo e pergunto "que raio de tempo é este?". Ainda ontem, não passava das nove da manhã e a chuva lá fora já caía incessantemente. Devido a estes dias intrometidos e causadores de um mau-humor pavoroso nesta estação ímpar, aqui fica um vídeo delicioso que me foi dado a conhecer pela minha mana mais velha. Obrigada :)

sábado, 1 de agosto de 2009

Ouvi agora na rádio

... trocamos sonhos por qualquer porcaria.

Canção da canção da lua
Manel Cruz

E eu continuo a sonhar.

A vida num sopro

Sinopse
Portugal, anos 30.

Salazar acabou de ascender ao poder e, com mão de ferro, vai impondo a ordem no país. Portugal muda de vida. As contas públicas são equilibradas, Beatriz Costa anima o Parque Mayer, a PVDE cala a oposição.

Luís é um estudante idealista que se cruza no liceu de Bragança com os olhos cor de mel de Amélia. O amor entre os dois vai, porém, ser duramente posto à prova por três acontecimentos que os ultrapassam: a oposição da mãe da rapariga, um assassinato inesperado e a guerra civil de Espanha.

Através da história de uma paixão que desafia os valores tradicionais do Portugal conservador, este fascinante romance transporta-nos ao fogo dos anos em que se forjou o Estado Novo.

Com A vida num sopro, José Rodrigues dos Santos traz o grande romance de volta às letras portuguesas.


Acabei de ler o meu primeiro livro de Verão. Sem saber muito bem o que dizer, relembro mentalmente a crítica da Shelf Awareness que declara que "José Rodrigues Santos fascina e informa, ao mesmo tempo que entretém." Foi esse o pensamento que percorreu incessantemente as paredes da minha mente quando li, página atrás de página, uma história de amor que luta contra as ideologias vigentes numa sociedade oprimida, inculta e acrítica, dominada por um homem capaz de despertar sentimentos intensos de amor e ódio. Para uma melhor compreensão de todo o clima vivido, o autor descreve ainda a violenta Guerra Civil Espanhola e o modo como ela afectou o nosso país.

Se puderem, leiam. Vale a pena. E agora, vou ouvir o concerto daquele bandido que já me fugiu duas vezes. O admirável poeta Manel Cruz.