SOME DAYS ARE BIGGER THAN OTHERS

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terça-feira, 21 de julho de 2009

O dia dos humanos e dos dançarinos

Com a chegada da 15.ª edição, a Super Bock presenteou-nos com um festival semelhante ao do ano anterior. Sob o lema «2 Cidades. 2 Estádios. Um Grande Festival.», a organização decidiu repartir o evento em dois actos: o primeiro, no Porto, no dia 11 de Julho, e o segundo, em Lisboa, uma semana depois. Embora não tenha estado presente no Estádio do Bessa XXI para assistir ao concerto dos Soapbox, dos Motor, dos Peter, Bjorn and John e dos Nouvelle Vague, confesso que não me sinto minimamente triste, dado que os cabeças de cartaz - os Depeche Mode - tiveram de cancelar a sua actuação. Sou fã de algum destes grupos? Não, não sou. Porém, penso que faz parte do espírito festivaleiro conhecer novas realidades musicais e apreciar gostos distintos dos meus. Portanto, se me encontrasse pelo Porto naquela altura, era bem provável que eu tivesse ido nem que seja porque tinha um bilhete de borla.

No dia 18 de Julho, fiz questão de ir ao Estádio do Restelo ver os The Killers. Apesar de querer classificar a prestação das restantes bandas em palco, The Killers tinham um gosto especial e, como diria o slogan desta marca de cervejas, um "sabor autêntico" dentro de mim. Já há algum tempo que acompanho a carreira destes músicos de Las Vegas, por isso fui para o festival com uma grande expectativa. À chegada, discutia-se os acessos do recinto e comparava-se o recinto actual com o anterior. Não nos esqueçamos que nas últimas edições o SBSR ficou "hospedado" no Parque Tejo, um local totalmente diferente, com uma vista soberba e com uma disposição mais convidativa a festivais. Para além disso, e como se veio a confirmar no final da noite, em caso de emergência, o Parque Tejo permite um escoamento humano mais rápido e eficiente.

Às horas a que cheguei, pude desfrutar das reduzidas animações e da dezena de tendas dos patrocinadores. Sendo eu uma apreciadora de souvenirs e uma festivaleira atenta ao modo original como as entidades tentam chegar aos seus públicos, fiquei com a sensação de que não há um pensamento estratégico por trás de todo aquele "fogo de vista". Ao contrário da Eastpak, que contratou uma equipa para estar presente no Alive a tirar fotos (que seriam, posteriormente, enviadas por e-mail ao fotografado), a fim de arrecadar uma valente panóplia de endereços electrónicos, os demais entretenimentos soam-me a dinheiro mal gasto. É divertido? É, sim senhora. Dá nas vistas? Claro que sim. Mas é só isso que importa?

Como previsto, às 18 horas assistiu-se ao primeiro concerto do dia. Os Bettershell, grupo natural de S. João da Madeira e vencedor do Super Bock Super Rock Preload, entraram animados e esforçaram-se por motivar o público. De seguida, subiram ao palco os The Walkmen (concerto que me passou ao lado, aproveitando assim para me estender no "relvado" e gozar os últimos raios quentes de sol). Com alguma expectativa, levantei-me para ver a Brandi Carlile. Confesso que superou as expectativas, cantando um êxito dos Radiohead (a inconfundível Creep) e outro do Leonard Cohen (Hallelujah). The Story, a sua música mais conhecida, obrigou todos os presentes a cantar os versos que animaram o Verão do ano passado. Respeitando sempre o horário pré-definido, os Mando Diao tocaram os primeiros acordes seguidos de um "Hello Lisbon". O último single lançado, "Dance with somebody", foi o momento alto do concerto, levando o público a cantar em uníssono, ao mesmo tempo que pulava ritmicamente ao som da música. Terminado o concerto, era momento de se fazer ouvir a menina loira do festival: Duffy. Perdoem-me os fãs, mas foi o pior concerto do segundo acto do SBSR 09. A voz irritante, a pouca interacção com o público, as músicas demasiado metódicas e a finalização precoce da sua actuação (a cantora deveria ter ficado, pelo menos, mais meia hora em palco) proporcionaram um sentimento de indiferença face à sua prestação. The last but not the least, THE KILLERS! Esforçar-me-ei para ser imparcial, embora seja uma tarefa bastante complicada. Pela primeira vez em Portugal, o grupo que lançou Hot Fuss, Sam's Town e Day & Age iniciou o espectáculo com a controversa Human, questionando-nos se "somos humanos ou se somos dançarinos". Pouco importou a resposta, deixando a maior aglomeração humana da noite em delírio. Intercalando os temas do último álbum com os singles mais conhecidos, The Killers foram responsáveis pelo melhor concerto. Êxitos como Mr. Brightside, Read my mind, Smile like you mean it, Somebody told me ou ainda All these things that I've done conquistaram o público eufórico e em êxtase, obrigando também o vocalista do grupo a prometer que não demorariam a voltar ao nosso país. Porém, o hit da noite foi mesmo a Spaceman. Em modo repeat e com um sorriso contagiante na cara, Brandon Flowers cantou duas vezes seguidas o tema, trocando as voltas aos técnicos de luz e som e surpreendendo, mais uma vez, todo o estádio. Apesar de o público implorar por mais minutos de música, o festival chegou ao fim com a conhecida When you were young.

Importa referir que o momento de saída do estádio foi catastrófico! A escassez de saídas e de segurança fizeram crer que, em caso de incêndio, o resultado teria sido assustador. Portanto, senhoras e senhores da Super Bock, para o ano lembrem-se desses detalhes tão ou mais importantes do que o festival em si.

Unknown disse...

Fazendo um resumo rápido da minha opinião sobre os quatro concertos a que prestei mais atenção...

Brandi Carlile: A voz dela ficou aquém das minhas expectativas, mas é de uma simpatia contagiante. As versões (as duas que referiste mais a de Johnny Cash) ajudam a convencer o público menos conhecedor.

Mando Diao: Felizmente, não teve nada a ver com o concerto de Paredes de Coura, há um ano. Sei que há quem tenha gostado desse, mas não foi o meu caso. Desta vez, fiquei rendido. E dancei, dancei, dancei... :)

Duffy: Não tenho uma opinião tão negativa quanto a tua. De facto, o concerto foi inexplicavelmente mais curto do que o que estava previsto (quase metade!), mas acho que isso acabou por jogar a favor da impressão com que fiquei dele. Em relação à voz da rapariga, a verdade é que eu estava com as expectativas tão em baixo desde os MTV Europe Music Awards de 2008 que acabou por se revelar uma agradável surpresa. E há que convir que algumas canções são bem jeitosas.

The Killers. The Killers. The Killers... The Killers! :D



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